O vento soprava ritmadamente enquanto amarelas folhas dançavam valsas finitas rumo ao solo recoberto de galhos e pegadas.
Calmamente seguia o fluxo de meus pensamentos, em instantes onde eu percebi a efemeridade e a sutilidade da vida ao meu redor.
Era uma tarde fria de outono e as lembranças de tua face despedindo-se não saía de minha mente. Acolhi teu corpo em meus braços e dizia: 'Fique, você sabe que iremos juntos.'
Tu tentastes responder, mas teus lábios já não se abriam mais...Apenas teus suspiros ressoavam através de tua face pálida.
'-Fique, fique por mim, fique por nós.'
Teus olhos brilharam como no dia em que nos conhecemos. Pela última vez contemplei teu semblante sereno que prenunciava nossa despedida...
O ceifeiro do tempo não foi capaz de ler meus pensamentos, muito menos, sentir minhas emoções.
'Não! Eu não vou aceitar!'
Mas a questão estava muito além de uma egocêntrica aceitação.
Tuas mãos abriram suavemente, enquanto teus olhos foram ao encontro de uma visão mais íntima.
E tu fostes. Fostes para não voltar... e teus suspiros já não mais faziam-se ouvir.
Lukas Paula
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