31 de jan. de 2013

Beleza efêmera

Certas coisas foram feitas para não durarem.
E por não durarem trazem em si uma beleza peculiar.
Tal como nós,
Tal como o amor,
Tal como nossa proximidade.
Por isso quando eu vou, você fica.
Por isso quando você vai, eu permaneço.
Não que permaneceremos sempre no mesmo lugar, no mesmo pensamento, nas mesmas lembranças.
Nem ouso dizer que o sentimento permanecerá o mesmo.
As coisas ficam, mas mudam.
Crescem, caem, quebram-se, reconstroem-se.
Mudam o corte de cabelo, as vestimentas, a armação dos óculos.
Mas as lentes continuam a mesma mesmo que tudo esteja sendo visto por uma outra perspectiva.
É que às vezes, na maioria delas, a essência permanece inalterada.

Entre o adeus e o olá muitos caminhos foram percorridos.
Entre os olhares, os abraços, os beijos, os gritos; muito foi feito, muito foi construído.
Eu mudei,
Você mudou,
O mundo girou.

E entre acusações de hipocrisia,
Entre julgamentos de não saber o que é amar,
Entre o amor platônico concebido,
Entre as noites confusas,
Entre as minhas confissões,
Entre minhas lembranças
Entre os encantamentos
Descobri a beleza de tudo aquilo que não foi feito para durar.


lucas a. l. paula 2013


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