27 de mai. de 2011

Mesmices



'E como está Paraíso?' - perguntou-se ao longe
'O mesmo de sempre.' - respondi


As mesmas pessoas...
Os mesmos carros que nunca dão seta.
O mesmo trânsito louco nas saídas e entradas escolares.
O mesmo.
Os mesmos bares, com as mesmas músicas, com as mesmas bebidas...
As mesmas cadeiras, as mesmas mesas, a mesma fumaça de um cigarro saborizado comprado de antemão.
A mesma indagação.
O quem tem pra fazer aqui?
O mesmo de sempre, talvez.
A mesma conversa
O mesmo riso
O mesmo choro
Daquele mesmo casal de sempre.
Das mesmas idas e vindas.
Do mesmo amor
Do mesmo furor
Do mesmo rancor
Uma mesmice qualquer
Monótona
Chata
Cansativa.
Pensante...
Os mesmos pensamentos 
As mesmas vontades
A mesma fugacidade
De ir além
De ser alguém
De ficar bem
Uma mesmice qualquer
No coração, na mente, na alma.
Tudo continua o mesmo, ou melhor
Quase tudo
Uma coisa eu posso dizer que mudou:


Hoje, eu já não sou mais o mesmo.

Lucas A. L. Paula

23 de mai. de 2011

Aqui, sempre que precisar...

Sempre que precisar desabafar, terá alguém aqui para te ouvir.
Sempre que precisar chorar, terá alguém aqui para te confortar.
Sempre que precisar de segurança, terá alguém aqui para fortemente te abraçar.
Sempre que precisar rir, terá alguém aqui para celebrar junto a multiplicar os risos.
Sempre que precisar se calar, terá alguém aqui que irá te entender e esperar.
Sempre que precisar ir, terá alguém aqui que depois de um suave beijo lhe dirá: "Deus te guie e proteja."
Sempre que precisar de uma amigo, um amante, um irmão, terá alguém aqui que doará o coração.
Sempre que cair, terá alguém aqui para te reerguer.
Sempre que precisar fugir, terá alguém aqui que te ajudará a esconder.
Sempre que precisar de alguma coisa, por absurda que seja, terá alguém aqui de braços e coração abertos para te apoiar e te ajudar.
E saiba que esse 'alguém aqui' sou eu.
Aqui, sempre que precisar!

Lucas A. L. Paula

20 de mai. de 2011

PARA FICAR REGISTRADO: 'O AMOR CURA'

"Li no jornal sobre uma criança, em Brasília, que foi brutalmente espancada pelos pais. Como resultado, perdeu os movimentos do corpo e ficou sem fala.
Internada no Hospital de Base, ela foi cuidada por uma enfermeira que lhe dizia diariamente: “eu te amo”.
Embora os médicos garantissem que não conseguiria escutá-la, e que seus esforços eram inúteis, a enfermeira continuava a repetir: “eu te amo, não esqueça”.
Três semanas depois, a criança havia recuperado os movimentos. Quatro semanas depois, voltava a falar e sorrir.
A enfermeira nunca deu entrevistas, e o jornal não publicava seu nome – mas fica aqui o registro, para que não esqueçamos nunca: o amor cura."
Postado por Paulo Coelho, em sua coluna no site G1

19 de mai. de 2011

Prece do bem viver


"Que possamos acordar pela manhã e mesmo diante de nuvens de chuvas vislumbrar um belo dia...
Que possamos pensar no agora sem a aflição do depois...
Que possamos viver o hoje sem o medo do que virá amanhã...
Que possamos viver sem o medo de viver.
Que possamos viver e deixar viver.
Que possamos ir além de nossas limitações e assim crescermos em nossos ideais...
Que possamos ultrapassar barreiras e alcançar nossos propósitos originais...
Que possamos amar sem o medo de não sermos amados...
E que não tenhamos nunca o medo de abrir novamente o coração para o amor.
Que possamos sorrir e chorar sempre que for preciso, sem a preocupação de alheia opinião...
Que possamos abraçar fortemente antes mesmo de sermos abraçados...
Que possamos deixar de lado as preocupações das conseqüências que ainda não aconteceram e, de maneira natural, vivenciar todas as ações das quais precisamos viver.
Que possamos nos desapegar dos sentimentos de ciúmes e posse.
Que possamos aprender, aceitar, respeitar e praticar a liberdade do Amor.
Que possamos ter fé e força para nunca cairmos no desespero.
Que possamos ter consciência clara e responsável para não praticarmos o mal..
Que possamos ser a força de quem fraqueja.
Que possamos ser luzes nos caminhos escuros.
Que possamos ser a esperança daqueles que não têm fé.
Que possamos ser o sorriso de quem derrama lágrimas.
Que possamos ser a compreensão de quem é incompreendido.
Que possamos acima de tudo nos doar e, assim, nos livrar de todos os padrões egoístas.
Se a criação vem em dores de parto, que possamos ter paciência, força e persistência para suportar essas dores enquanto esperamos o bem maior nascer.
E se devemos caminhar na direção do nosso maior temor porque ali está nossa única esperança, então, que possamos ter sempre fé para nunca faltar-nos a esperança!

QUE ASSIM SEJA!

Lucas A. L. Paula

15 de mai. de 2011

Intocável

É como se por uma fração de segundos toda a vida estivesse justificada.
'Ô meu neto, não existe felicidade absoluta. Existem momentos felizes que devemos viver plenamente, sem medo, sem preocupação.'


Essas palavras me pareceram meio sem nexo pela primeira vez.
Mas hoje enxergo sua essência.
Não existe felicidade absoluta.
Não existem valores absolutos.
Pois o absoluto é concreto e o sentimento é abstrato, subjetivo.
E por ser intocável (assim como as estrelas) não pode-se adjetivar.
O abstrato é pessoal
Munido de opiniões cruzadas
De compreenções esquivadas
De interpretações diferenciadas.
Mas saber viver de corpo e alma esses 'momentos felizes' é que nos aproximam o mais próximo o possível desse conceito abstrato de 'felicidade'
Mas viver sem arriscar é não viver.
Porque é o risco que impulsiona!
O amanhã?
É intocável (assim como as estrelas).
Como já disseram em melodia: 'vamos viver tudo o que há para viver'


E as estrelas que não posso tocar?! 
Bobagem, ainda carrego comigo o poder de sonhar...





Lucas A. L. Paula

14 de mai. de 2011

Há de se esperar...






O amanhã?
Há de se esperar.
Há de se esperar também os segundos, minutos, horas que virão.
Há de se esperar pelo sorriso.
Ah, isso sim devemos sempre esperar, o sorriso.
Quão amarga seria a existência se não o tivéssemos...
Meu sorriso,
Teu sorriso,
Nossa risada em comum.
Há de se esperar por todos os momentos nos quais compartilharemos risos.
Há de se esperar, sem medo... 
Sem preocupação.
Há de se esperar pelo abraço.
Pelo enlaço,
Pelo embaraço.
Há de se esperar pelo beijo,
Pela emoção.


Mas há de se esperar pela triste expressão...
Aquela gerada pela saudade da despedida.
Há sempre de se esperar.
Por algo,
Alguém
Por si mesmo.
Mas sempre esperar...
Sem ficar imaginando demais o que virá.
Apenas fluir...
Viver o que há para viver
Deixar sutilmente o esperado acontecer
Sem pensar no amanhã
Sem pensar no depois
Sem medo de errar
Pois só erra-se se nunca tentar.

Lucas A. L. Paula

12 de mai. de 2011

A Criação Vem Em Dores De Parto

"Meia-noite, o telefone toca.
Assusta-se e atende a ligação. Ouve uma voz suave.
Nostalgia.
Lembra-se de setembro... Doce primavera.
'Sim, estou bem' responderam.
Mas reciprocamente sabiam que isso era apenas hábito de expressão.
...o que ainda não sabiam é que sim, ficariam bem.

Dias seguiram e pôde sentir que aos poucos tudo tornava-se melhor. 
Aquela voz...
Quem dera poder olhar novamente aqueles olhos de mistério que tanto tenta-se desvendar.
Quem dera tocar aquela face que preenchia pensamentos e sentimentos.
Lembra-se d'um sábio ditado, onde Deus escreve certo por linhas retorcidas.
Mas encontra-se ali sincera tentativa destas linhas concertar.

E com a voz ressoando na alma...
Com os olhos misteriosos em mente...
Com a sinceridade daquela doce tentativa... (que já sabia-se ser exata e certeira)
Resolveu abrir as portas para essa oportunidade oferecida pela Vida."

Lucas A. L. Paula






Amantes

"Dois corações
Quatro braços
Duas bocas
Um só abraço.


De sentimentos, explosão;
De todos os toques, excitação;
Do beijo quente, melhor sensação;
Do desejo inerente, imaginação."




Lucas Paula - 11/05/11

Coletânea #1

"Eu sou assim
Um ser que não tem fim
Um pensamento sem iniciação
Um condizer de precipitação.


Sou o impulso da explosão
A chama de toda estação
Sou um fruto que não se pode apanhar
Ave arisca
Que as asas não se pode cortar.


Sou o início do tempo primaveril
Luz no horizonte
Um tempo azul-anil.


Sou o brilho das estrelas
A poeira universal
O rio que corre ligeiro
O granizo do temporal.


Atiro-me de penhascos
Pelo imenso desejo de voar
Sou espírito livre
Que não se pode segurar.


Sou poeta errante
Que não sabe fingir
Pois escrevo palavras transparentes
Que traduzem o que estou a sentir.

Lucas A. L. Paula - 11/05/11

Da lógica emocional



Um coração racional
Ou uma mente emocional?!


Antíteses à parte, tal equilíbrio não seria te todo o mal.


Pois o que fazer quando a mente manda parar,
sendo que o coração pede incessantemente para continuar?!


E a tal intuição?! Seria fruto de experiências do inconsciente ou coronária expressão?!


Ah, perguntas tão confusas quanto filosofar.
Seria melhor até não pensar.
Que sabe fechar os olhos e o risco seguir?
Mas a lógica diz que deve-se suprimir.
Cala-te para refletir!


Mas qual será a resposta exata?
O sentimento que explode ou a razão insensata?


Acho melhor seguir o coração...
Pois a lógica é contraditória à verdadeira emocional expressão.

Lucas A. L. Paula - 11/05/11

9 de mai. de 2011

Discernimento sobre a caracterização emocional

Seria fácil poder discernir o certo do errado quando nos topamos com assuntos do coração.
Mas ao pensarmos em sentimentos não podemos simplesmente qualificá-los em certo ou errado, melhor ou pior. Assim como não podemos de forma alguma quantificá-los em maior ou menor, mais ou menos.
E sabe por quê?
Porque não sou igual a você assim como você não é igual a mim.
Porque eu não sou igual ele. Ele não é igual a você.
O meu modo de gostar é qualitativamente e quantitativamente diferente do seu modo de gostar, mas nem por isso torna-se melhor, pior, menos, ou maior.
Quando falamos de sentimentos devemos pensar em: 'ele realmente é verdadeiro?!'
Se for então não há brechas para comparações. Apenas espaço para conhecimento e aprendizado.
Você já deve ter ouvido alguma vez: "Eu não sou capaz de gostar de você da mesmo modo que você gosta de mim." (e quem diz isso, diz na maioria da vezes comparando em 'tamanho' o gosto um pelo outro).
Mas é lógico que nunca o seu modo de gostar será semelhante! Porque é o SEU modo de gostar! 
E como eu disse, o que realmente importa é que seja verdadeiro.
Medo? Sempre vamos ter...
Medo de si mesmo e medo dos outros.
Medo de magoar e ser magoado.
Medo de amar e não ser amado.
Medo de ser amado e não amar.
Difícil?!
Talvez.
Mas o medo ao mesmo tempo que nos protege de atitudes impulsivas, também nos impede de arriscar e ir além.
Seria ótimo se a prática fosse tão fácil quanto a teoria.
Mas quem disse para nós que tudo seria fácil quando viemos para este mundo?!
Pode até ser muito difícil, porém tenho a certeza de que impossível não é.


Arriscar?! Quantas vezes forem necessárias.
Errar? Faz parte do aprendizado.
Persistir no erro? Não, isso não é burrice. Apenas indica que, por motivos que estão além da racionalidade lógica, você ainda não conseguiu retirar a lição necessária.
Chorar? Quando sentir vontade e, se mandarem você parar, não pare. Choro alivia... 
Acertar? É uma possibilidade. Uma meta. Uma tentativa.
Desculpas? Sim, mesmo não estando errado, peça desculpas. Isso não indica que você simplesmente abaixou a cabeça para aceitar seu erro ou mesmo para impedir uma frustração. Pedir desculpas mesmo não estando errado mostra que você respeita (mesmo não aceitando) a outra opinião.
Respeito? Acima de tudo.
Aceitação? Com o tempo você pode perceber que é necessário.
Amar? SEMPRE!


Não preocupe-se com qualidades e quantidades, isso é mesquinho. Lembre-se que o sentimento bom não é aquele maior ou melhor que o seu, mas sim aquele que é verdadeiro!


Lucas A. L. Paula





Darkness





Ele abriu os olhos pela manhã e nada viu.
Estava tudo escuro.
Com medo levantou. Chocou-se com algo sólido que julgou ser uma parede.
Nas trevas tateou até descobrir que encontrava-se em um quarto escuro. 
Enquanto procurava enxergar o local com as mãos ele percebeu que haviam duas portas.
De ambas as fechaduras saiam um fraco e quase imperceptível fio de luz.
Na esperança contida em si, correu para olhar pelo buraco e ver o que estava lá fora.
Mas nada conseguiu ver... E novamente encontrou-se na escuridão daquele quarto.
'-Onde estou? - gritava apavorado. - 'O que está acontecendo?'


Tinha em mãos duas chaves, que até então não havia percebido... O medo havia-o cegado.
Talvez seria melhor fechar os olhos e unir-se com toda aquela escuridão.
Talvez... Seria mais fácil, mais cômodo.
Novamente ele olhou pelas fechaduras e, não sabe-se por qual razão, ele pôde enxergar sutilmente o que estava atrás delas.
Mas ele não se acalmou. Na realidade, ele desejou nunca ter olhado e mais uma vez pensou em cerrar os olhos e mergulhar naquele quarto escuro.
'O que fazer?' Nem ele mesmo sabia. Talvez preferisse não saber. 
Lançou as chaves nas trevas. 




O que ele ainda não sabia, era que aquele quarto escuro era sua alma...

Lucas A. L. Paula

6 de mai. de 2011

Águas da vida que correm para o oceano.

Porque são sempre nas frias manhãs de outono que me lembro daquele bosque onde passamos nosso último momento? Talvez seja porque desde então me encontro nevando por dentro...
Mas hoje me resta apenas a memória, sutis lembranças daquele dia que apesar de triste, foi quando pela primeira vez pude também sorrir.
Era domingo.  Havíamos passado a semana toda apenas ouvido nossas vozes pelo telefone.
Confesso que todas as vezes que você me ligava eu corria e pegava aquela foto nossa e, enquanto você me contava sobre seu dia, eu admirava seu rosto no papel.
Enfim, naquele domingo acordei vendo o sol brilhar entre as nuvens que prenunciavam a neve. Na realidade, só eu via o sol...
Fui para o bosque onde costumávamos nos encontrar.
Sentei naquele mesmo velho banco de madeira, à sombra (inexistente) daquele antigo carvalho que já se rompia em pequenas bolotas.
E fiquei...
Fiquei ao som de uma melodia que apenas eu poderia ouvir.
E você chegou. Com os braços abertos e uma rosa na mão. Sentou-se ao meu lado, abraçou-me, me deu um longo beijo e logo após me entregar a rosa disse:
“- Tome-a, agora é sua. Guarde-a porque nela depositei meu coração que hoje entrego para você.”
Acho que você tinha se esquecido que nunca gostei de ganhar flores. Ou talvez havia se lembrado e me entregou aquela rosa, pois sabia que já iria partir.
Eu te dissera uma vez sobre a historia das flores de presente... Elas sempre anunciam a partida.
E eu sorri. Não sei se por nervosismo, por felicidade, por amor... Mas eu sorri!
Então você levantou-se, pegou minha mão e caminhou ao lado enquanto me contava sobre a história daquele bosque.
Paramos na margem do córrego que certa vez molhamos nossos pés naquele verão.
Estava frio. E mesmo assim você pediu que eu também tirasse o sapato porque queria que novamente andássemos por aquele córrego.
Sabia que era sua última vontade. E a fiz.
E assim como as águas correm sempre para o oceano, sabemos que nossas vidas um dia voltaram também para o universo do qual viemos.
Eu só não queria que essas águas retornassem ao oceano no mesmo dia onde pela primeira vez eu dissera: ‘te amo’.

Lucas A. L Paula

I wish nothing, but the best for you too

"falta um pedaço de mim que não sei explicar
falta uma parte aqui que não posso contar

me falta teu olhar
teu carinho que nunca senti
me falta sonhar
com aquele momento que tanto que pedi

mas eu sei
que nada vai mudar
mas eu sei
que você já não pode escutar

minhas palavras se calaram
e nunca mais vou ouvir você dizer
que gosta de mim
que me tem tão longe de você
e o carinho que sempre quis
agora já não existe mais
a vida que sonhei pra mim
fiou perdida lá atrás

teu abraço apertado veio me dizer
que eu era feliz com você
mas hoje eu posso voltar no tempo
e perceber
que era só um momento que hoje preciso esquecer..."

5 de mai. de 2011

Das saudades daquele anjo sem asas...

                                                                               Ele caiu...
Um anjo que perdera suas asas num vácuo profundo de desilusão.
Caiu dos céus e veio parar em minhas mãos.
Um anjo caído, com suas asas quebradas, me ensinou a amar.
E por esse amor eu lhe fiz jus toda minha dedicação.
Então um dia, quando suas asas se recuperaram, ele partiu...



(...levando consigo meu coração.)

Lucas A. L. Paula

2 de mai. de 2011

Reflexos Inflexos de um Ser Fragmentado



E sentado no divã pude ouvir a voz serena dizer:

"- Perdes-te teu reflexo. Teu espelho quebrou. Onde está você?"

Eu poderia então cerrar as pálpebras e procurar-me dentro de minha escuridão o lugar onde o meu 'eu' se escondeu.
Mas está tão escuro. Esta frio, escorregadio. 
O chão onde piso não é feito de concreto ou terra batida.
Não possui gramado, nem piso ladrilhado.
Apenas uma fina camada de gelo.
Que me faz ter medo de seguir além.

E seu cair? E se pisar forte demais? E se esse gelo se quebrar e eu afundar nestas águas gélidas e negras?
Saberei eu nadar de volta à superfície?

Onde estou?
Por que estou aqui?
O que faço neste lugar?
Quem sou eu?
Como me reencontrar?
 
No teu amor? Ou no meu desespero?
Nos meus pensamentos? Ou em nossos lamentos?
Naquele passado que assombra o sol desta manhã? Ou nestas nuvens escuras de chuvas que anunciam a tempestade de amanhã?

Já não mais posso cerrar os olhos para caminhar nesta escuridão. 
Sei que sozinho não serei uma chama forte o suficiente para iluminar este caminho e fazer todo esse gelo anímico se esvaecer. 
Mas ainda resiste o medo de abrir os olhos e não enxergar nenhum clarão.

-"Sê forte!"  A voz serena do outro lado da sala me diz.

Só que com minha expressão essa oração não condiz.

Mas a sessão acabou.
Assim como os conselhos... Como as frases que um dia me fizeram soerguer.
Só restaram fragmentos.
Pedaços pulverizados do que antes era o meu 'ser'.

Lucas A. L. Paula


1 de mai. de 2011

'imcomplete'

Espaços vazio preenchem meu ser...
Enlouquecem-me
Inundam-me
Dissimulam-me
Fazem-me me perder.


Espaços vazios da mente, da alma, do coração...
Vácuo profundo de sentimentos na contra mão.


Ecoa
Como um grito lançado do topo da montanha
E voa
Voa para além do que posso ver
Voa e leva tudo o que restou do meu ser
Deixando apenas espaços vazios
Que hoje me fazem pensar
Se um dia, quando mais tarde me procures
Poderei me recompletar.


Lucas  A. L. Paula