26 de jul. de 2011

Antes que minhas aulas recomecem eu quero...



Quero passar o finzinho da tarde com você, tomar sorvete e ir no cinema,
Quero acordar e ver que está ao meu lado, pular da cama todo amassado, tomar banho quente e café da manhã abraçados,
Quero ir no parque de diversões que está na cidade para comer algodão doce e maçã do amor, para do alto da roda gigante ver o sol se pôr...
Quero ir nos terrenos baldios de madrugada, beber com amigos, e curtir nossas gargalhadas,

Quero sentar no banco da praça e ouvir o preto velho dizer que a estrela vai brilhar,
Quero te fazer um jantar.
Quero fazer tudo bonito assim...
Quero viver cada último segundo que vive em mim e dizer: amor não tem fim.


Lucas A. L. Paula

15 de jul. de 2011

"O amor e o sonho são folhas de papel. Você escreve uma linda história, então algo acontece e a folha é borrada, rabiscada, amassada, rasgada....
Mas isso não me importa. Eu sei reciclar papel." - Lucas Paula

Sonhos numa folha de papel

Uma folha branca de papel...
Nela, escrito à lápis, colorido por tintas e giz de cera, estão meus sonhos.
Hora borrados, hora infundados...
Mas na maioria das vezes rebuscados, detalhados, retificados em desenhos abstratos.
Decidi pelo papel porque posso dobrá-lo, recortá-lo, rasgá-lo...
E o posso reciclar...
Fazer daqueles sonhos antigos um novo ideal...
Fazer das cinzas tinta nova para meu arsenal...
Meu arsenal de esperanças, de forças, de idéias principais
Reescrever estes sonhos que de tão utópicos tornam-se reais.

11 de jul. de 2011

A Cor da Rosa





Está rachado.
Pela abertura feita escorrem os sorrisos...
Olhou-se para a falha alheia, na vã tentativa de justificar suas próprias falhas.
Viu seu julgamento perecer em idéias falsas, em conclusões incorretas.
O que já estava organizado tornou-se caótico.
Os livros que estavam alinhados na prateleira foram roídos pelas traças... E nas páginas coloridas fez-se habitat de buracos e cores desbotadas.
As músicas ganharam notas de melancolia.
CDs riscados, DVDs pirateados...
Pirateados por cenas lacrimosas.
Um filme em degradés de preto e branco.
Nenhuma comédia dionisíaca...
Apenas a máscara triste dos palcos que são os altares dos poetas mortos.
O vazio é preenchido pelo nada...
E tornar-se mais vazio ainda.
Na busca pelas explicações encontra-se apenas a indizível questão imaterial.
São os mesmos reflexos inflexos deste ser fragmentado.
Fragmentado pela impulsividade 
Fragmentado pelo exagero
O mesmo exagero que leva à intensificação da alegria...
Assim como da tristeza... Só que a dor parece ser mais marcante.
Choro porque preciso chorar.
Em cada lágrima está a "inconclusão" dos fatos
Em cada lágrima está um fragmento desta alma perdida nas indecisões.
Das sementes que se plantaram, brotaram espinhos...
Mas é sábio que os espinhos protegem as flores mais belas.
É sempre assim, essa é a perfeição da natureza.
Se há espinho, então há a beleza da rosa.
Talvez a rosas sejam vermelhas porque foram tingidas com o sangue de quem escalou (e venceu) todos os espinhos para apreciar o perfume da flor.

Lucas A. L. Paula  -  num desses momentos em que escrever é o mesmo que chorar em silêncio

8 de jul. de 2011

A utopia da felicidade

Não significa que perdi a fé...
Às vezes é tudo apenas uma crise, uma falha no sistema de crenças.
Uma quimera, um devaneio, um sonho
Que foi coberto por brumas
A felicidade tornou-se utópica
Ou quem sabe, melhor dizendo, platônica
Não. Utópica mesmo.
De tão abstrata, dissipa-se no vento.
No leve sopro.
Na sutil expiração.
Torna-se uma utopia o acreditar.
Podem até dizer que a felicidade está dentro de nós mesmos...
Mas não adianta, sempre precisamos de algo exterior para despertá-la.
Por vezes, é melhor fechar os olhos.
Por vezes, mesmo diante as falhar da criação
Mantemos acesa a chama da nossa fé.
É ela que nos mantém aqui, agora.

5 de jul. de 2011

Palavras ao vento



Há três tipos de palavras, sejam elas escritas ou faladas:
- As da mente,
- As da alma,
- As do coração.


As primeiras são meticulosamente organizadas em suas gramáticas. Em suas perfeitas coesões elas nos levam a um entendimento rápido, porém vago.
As segundas são complexas, filosóficas. Não possuem a gramática correta, mas possuem a sinceridade. Expressam não só o que elá lá, dizem acima de tudo o que está cá.
As últimas não conhecem ortografia, sintaxe. Não se preocupam com as regras de acentuação, pontuação. A semântica é metafórica, a coesão é simplificada em sentimentos. Mas seriam os sentimentos coesos? 
Bem, são sinceros. Assim como as palavras do coração.
Não mentem como as primeiras, não filosofam como as segundas. Apenas são o que são. Apenas dizem o que querem dizer.
As palavras do coração muitas vezes são acompanhadas de lágrimas.
Destes cristais solúveis que aparecem quando a palavra é lançada do coração ao vento.
Ao vento que tanto pode dissolvê-las como entregá-las a quem se deseja fazer escutar.
Mas continuam sendo sinceras.
As palavras do coração são complexas de tão simples.
Porque quando o coração diz você não precisa - nem deve - pensar e filosofar sobre elas. Apenas sentir... Apenas viver cada uma delas.
Este é o segredo do coração.
Ele não se perde nas contradições do pensamento nem na lógica de Platão.
O sentimento é.
O coração é.
E por ser, deve ser como tal, vivido... Em suas máximas.
Quem fala apenas pela mente pode enganar.
Quem fala apenas pela alma pode ludibriar.
Mas quem fala com o coração pode viver, pode amar...

Lucas A. L. Paula

4 de jul. de 2011

...e assim, após cair, erguer-se novamente.

Forças...
De onde tirá-las quando o chão parece não mais existir?
De onde retirar a energia necessária para recolocar-se de pé nos momentos onde as cordas do balanço arrebentaram e o solo fez-se teu limite?
Olha e vê que não há mais nada para baixo....
Não vê porque está escuro.
Abismos são sempre assim, escuros.


C
a
i
n
d
o

Era uma tarde fria de inverno...
Sempre são tardes frias de inverno em sua alma.
A neve caia lentamente.
O menino correu alegre pelo jardim, brincando com os flocos brancos que tocavam sua face.
Caiu, riu, levantou.
E voltou a correr pelo jardim até o parque isolado.
Soprou a neve que cobria o balanço, sentou e impulsionou-o com pés.
Ria...
Ria alto.
Tão alto quanto o balanço à se movimentar.
Ria e mexia ritmadamente o pequeno corpo para impulsionar o brinquedo.
Não havia mais tardes frias...
Não havia neve...
Não havia dever de casa...
Não havia quarto para arrumar...
Havia apenas aquele sorriso singelo que brilhava tanto quanto a neve no chão.
E num estrondo o riso cessou.
As cordas, congeladas pelo tempo, romperam-se e a inércia desconhecida pela criança lançou-a ao chão.
A neve já não era tão branca.
As pernas haviam sido quebradas pelo o impacto.
Ele chorava, gritava, implorava por ajuda.
Mas o parque estava vazio.
A rua estava vazia. 
No vazio de sua dor, fechou os olhos e rezou:
"Papai do céu, se não puder devolver minhas pernas, por favor, devolva meu sorriso."



Lucas A. L. Paula