Está rachado.
Pela abertura feita escorrem os sorrisos...
Olhou-se para a falha alheia, na vã tentativa de justificar suas próprias falhas.
Viu seu julgamento perecer em idéias falsas, em conclusões incorretas.
O que já estava organizado tornou-se caótico.
Os livros que estavam alinhados na prateleira foram roídos pelas traças... E nas páginas coloridas fez-se habitat de buracos e cores desbotadas.
As músicas ganharam notas de melancolia.
CDs riscados, DVDs pirateados...
Pirateados por cenas lacrimosas.
Um filme em degradés de preto e branco.
Nenhuma comédia dionisíaca...
Apenas a máscara triste dos palcos que são os altares dos poetas mortos.
O vazio é preenchido pelo nada...
E tornar-se mais vazio ainda.
Na busca pelas explicações encontra-se apenas a indizível questão imaterial.
São os mesmos reflexos inflexos deste ser fragmentado.
Fragmentado pela impulsividade
Fragmentado pelo exagero
O mesmo exagero que leva à intensificação da alegria...
Assim como da tristeza... Só que a dor parece ser mais marcante.
Choro porque preciso chorar.
Em cada lágrima está a "inconclusão" dos fatos
Em cada lágrima está um fragmento desta alma perdida nas indecisões.
Das sementes que se plantaram, brotaram espinhos...
Mas é sábio que os espinhos protegem as flores mais belas.
É sempre assim, essa é a perfeição da natureza.
Se há espinho, então há a beleza da rosa.
Talvez a rosas sejam vermelhas porque foram tingidas com o sangue de quem escalou (e venceu) todos os espinhos para apreciar o perfume da flor.
Lucas A. L. Paula - num desses momentos em que escrever é o mesmo que chorar em silêncio
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