31 de dez. de 2011

Para o último dia do ano...

E o que você fez?
Riu? Chorou?
Ajudou? Ou foi socorrido?

E o que você fez?
Ergueu a cabeça e seguiu com a luta?
Ou guardou sua espada na bainha com o medo da luta?

E o que você fez?
Cresceu?

Mas na realidade o que realmente importa é o que você vai fazer!
Se errou, concerte.
Se fez alguém sofrer, peça perdão. (mas perdoe-se antes também, você é apenas um ser humano)
Se chorou por tristeza, então saiba fazer das lágrimas os tijolos de seu aprendizado.
Se sorriu, então compartilhe cada vez mais sorrisos.
Se passou o ano todo reclamando, então levante-se e passe a fazer tudo valer a pena. Ficar aí sentado reclamando não fará o seu mundo melhorar.

Uma simpatia para o Ano Novo: ABRA SEU CORAÇÃO PARA DEUS. SÓ ELE É CAPAZ DE OPERAR OS MAIORES MILAGRES NA SUA VIDA.

Um conselho: AME. AME A SI MESMO, AMO SEUS PAIS, SEUS AMIGOS, SEUS BICHINHOS DE ESTIMAÇÃO. AME O MUNDO, MESMO ELE SENDO IMPERFEITO. SÓ O AMOR PURO É CAPAZ DE LEVAR Á PERFEIÇÃO.

Uma atividade para todos os dias: SORRIA! SORRIA MUITO!

Uma frase: VOCÊ É CAPAZ!

Uma cor: TODAS AS MAIS VIVAS!

Uma música:  O CANTO DOS PÁSSAROS QUE MESMO AO PERDEREM TODOS OS DIAS SEUS NINHOS POR CAUSA DA AMBIÇÃO HUMANA, CONTINUAM CANTANDO DIVINAMENTE.

Uma afirmação: ABENÇOADO SEJAS!

Uma prece: AQUELA QUE DESPERTA O DEUS QUE EXISTE DENTRO DE VOCÊ!

VOCÊ TAMBÉM É SAGRADO! VOCÊ PODE ATÉ NÃO PODER MUDAR TODO O MUNDO, MAS O SEU PRÓPRIO VOCÊ PODE SIM!

ARRISQUE!
ARRISQUE SEM MEDO!
SÓ SABERÁ O QUE O FUTURO TE GUARDA SE VOCÊ DER UM PASSO ADIANTE.

E NÃO PERCA SUA FÉ! NÃO PERCA SUA ESPERANÇA!

NÃO DEIXE DE SONHAR! 
Um homem sem sonhos é um homem sem vida...

DESEJO-LHE UM MARAVILHOSO ANO NOVO!
ESQUEÇA TODAS AS DORES DE 2011...

2012 SEJA MUITO MELHOR! PORQUE É ASSIM QUE VOCÊ DEVE PENSAR E ACREDITAR!

PROSPERIDADE, LUZ, AMOR, FRATERNIDADE, HARMONIA, AMIZADES, UNIÃO, SAÚDE, DINHEIRO, PAZ, COMPAIXÃO, FÉ, ESPERANÇA, SONHOS, VOCÊ, EU, NÓS, TODOS JUNTOS EM UNÍSSONO ACREDITANDO QUE NOSSAS VIDAS PODEM MELHORAREM A CADA DIA!

DEUS TE ABENÇOE!
DEUS NOS ABENÇOE!

FELIZ 2012!

São meus votos pra você, para todos nós!

Lucas Antonio de Lima Paula

29 de dez. de 2011

Reescrever

Um ato de humildade.
Quando coloca-se de lado o orgulho ferido e aprende-se a perdoar.
A mágoa é apenas um ego inflado que foi corroído por uma negação, uma exclusão, uma ausência de querer.

E reescrever traz boas lembranças.
Traz notícias de paz.
Augúrios bemquistos.
Retrai infortúnios,
Ilumina fechaduras,
Elimina clausuras.

Reescrever a arte do perdão.
Abre-se o coração para expandir o olhar.
O olhar inócuo e inocente de uma criança.
Não existem brigas que não são esquecidas e perdoadas com um simples sorriso.

Reescrever a composição emotiva da lágrima.
Reescrever a serenata de amor cantada em vão.
Reescrever o poema triste.
Reescrever aquele sonho que você passou a acreditar ser apenas uma ilusão.

Reescrever o ano que se passou, as oportunidades perdidas, as noites mal dormidas, as vivências falidas.
Reescrever o meu eu.
Reescrever o você.
O nós.
O vós.
Reescrever o que há para ser mudado e melhorado.

Reescrever porque tudo o que é novo precisa nascer.

FELIZ 2012!

8 de dez. de 2011

V A I !

Não significa que você perdeu.
Você não pode fracassar se você não desistir.
Não existe nada maior que a fé e, se a sua estiver pequena, então é hora de renová-la....
O medo é assim: ao mesmo tempo que te salva te perigos ele te impede de correr riscos fundamentais para seu crescimento e aprendizado.

VOCÊ NUNCA SABERÁ O QUE TE AGUARDA ADIANTE SE NÃO FOR EM FRENTE!

Medo de chorar?
Não seja tolo! Se tiver de chorar que seja então por felicidade!

TENTE OUTRA VEZ!

3 de nov. de 2011

Deveria, mas não será.

Teria de ser diferente.
Eu, você, eles.
Tudo teria de ser diferente.
Seu coração.
Minha razão.
Sua frieza,
Minha expectativa.
Sua dúvida,
Minha crença.

Teria de ser diferente, teria de ser melhor.
Mas o seu melhor foi designado a outrem.
Mas o meu melhor guardei para mim mesmo.
Guardei comigo porque sei que nada de ti seria diferente.

Lucas Paula

29 de set. de 2011

Abstração

Já não me preocupo mais.
Teu sexo já não me importa.
Nem a transa, nem a fogosidade, nem a loucura bêbada dos morros.
O beijo tornou-se habitual, rotineiro...
Bocas que não fazem sentido, corpos que não geram prazer.
É o tal processo de abstração carnal.
Os excessos são meios de fuga:
Máscaras indissolúveis na imensidão do esconderijo.
Já não me importa a rotina de festas sabáticas regadas de hedonismo corporal.
O hedonismo que me importa está além do que está fora.
É o tal processo de abstração social.
Já não me importa as cantadas baratas, nem as cutucadas ou pedidos de admissão.
Passam sem notabilidade por milhares de faces que nem são.
Já nem me importo com reclamações, indiretas ou frases copiadas.
Ninguém, e eu repito, ninguém sobre mim tem noção.
É o tal processo de abstração.
Esse abstrair onde você deixa o inútil de lado.
Onde o fútil é apenas um meio rápido de desligar-se da racionalidade entediante.
Onde abstrair é sorrir sem motivos...
Cantar sem voz...
Dançar sem som.
Abstrair é sair de você mesmo e encontrar-se face a face consigo mesmo bem longe da solidão.
São palavras ao vento que voam até onde podem chegar.
E pousam em ouvidos distantes, que por estarem em abstração total, podem te escutar...

Lucas A.L. Paula



15 de set. de 2011

Já não era mais uma manhã fria de outono...
Na realidade, em seu íntimo, reinava uma noite escura de inverno.
Não havia o canto dos pássaros.
Não havia luzes de automóveis.
Não havia sussurros dos amantes.
Não havia estrelas nem luar.
Não havia nada exceto uma escuridão, uma solidão, um medo.
Havia saudade, mesmo que dolorida, mesmo que ferida, havia saudade.
Havia perdão, havia desculpas, havia um olhar à espera.
Mas era uma noite escura de inverno.
E tudo o que existia ficava perdido na escuridão porque não podiam encontrar o caminho de volta para o coração.

Walking away...



É uma dor física.
Como você também descreveu, é como se uma mão entrasse pelo peito e apertasse o coração.
Dói, de fazer perder a respiração.
E cada lágrima que escorre, talvez seja aperta o suor do trabalho cansativo que o coração faz para livra-se desse aperto.
Dói e permanece.
Na memória...
Na carne...
Na alma...
Dói tanto que tudo fica instável.
Uma insegurança, um medo, onde qualquer vacilo da corda pode te levar a uma queda.
É uma cicatriz que não se fecha.
É uma ferida que arde em cada movimento.
Estagnada.
Um cravo espetado nos átrios, nos ventrículos.
Um cravo com teu nome, com teu olhar.
É um medo constante...
De não ser amado e, mesmo assim, sozinho amar.


1 de set. de 2011

Parou...

Aconteceu assim, na verdade, mais ou menos assim:

Parou, pensou, ouviu...
No fundo já sabia dos rumos dos cavalos selvagens.
Comparou diversas vezes o coração com cavalos selvagens...
Talvez tenha sido alguma outra literatura que o tenha incentivado.
Talvez tenha sido a metáfora das flores que secam depois de arrancadas e possuídas.
Talvez,
Apenas talvez,
Também quisesse ter sido arrancado deste solo e secar.
Engraçado é como as lágrimas, mesmo salgadas e resolutas, não deixaram a planta murchar.

Parou, pensou, ouviu, gritou, esperneou, ficou louco!
O mundo é louco!
Os turbilhões em si mesmo eram loucos.

-"SAIA" - gritou irrompendo a madrugada sem estrelas.
E saiu. Mas saiu de si mesmo como sempre desejara.

Parou, pensou, ouviu, beijou.
Sorriu.
Bebeu, dançou, girou, seduziu.
Foi a mil.
Parou, riu...
Riu e tornou a dançar.
Caiu, levantou, gargalhou...
Tristes fins não hão de chegar!

3 de ago. de 2011

O Amor e O Parto

Posso comparar o Amor ao Parto.
Olhe bem:

Assim como previne-se para não engravidar, nos prevenimos para não Amar...
Pois em ambas as situações sabe-se quem há complicações.
Prevenimos das maneiras mais diversas possíveis, e , quando menos esperamos, naturalmente acontece...
Há aqueles que desistem...
Há aqueles que superam...
Os primeiros que seguem pelo caminhos mais fácil podem trazer a dor de nunca mais alcançar a graça...
Os que seguem pelo segundo caminho encontram diversas dificuldades, mas ao fim, a graça da criação é capaz de apagar os erros, sanar a hemorragia e curar todas as feridas.
Olhe só, a mulher passa 9 meses com dores, incômodos, enjoos, tonturas, dor de cabeça... Engorda muito!
Mas no dia do parto tudo vale a pena! Quando ela segura a criança nas mãos ela vê que cada dor valeu a pena porque ali está sua criação.
Assim também é com o Amor... Há brigas, discussões, inseguranças, medos, aflições...
Mas se souber suportar, se souber vencer, então a criação também será bela...
Ou esqueceu-se que A CRIAÇÃO VEM EM DORES DE PARTO?!

Lucas Paula

26 de jul. de 2011

Antes que minhas aulas recomecem eu quero...



Quero passar o finzinho da tarde com você, tomar sorvete e ir no cinema,
Quero acordar e ver que está ao meu lado, pular da cama todo amassado, tomar banho quente e café da manhã abraçados,
Quero ir no parque de diversões que está na cidade para comer algodão doce e maçã do amor, para do alto da roda gigante ver o sol se pôr...
Quero ir nos terrenos baldios de madrugada, beber com amigos, e curtir nossas gargalhadas,

Quero sentar no banco da praça e ouvir o preto velho dizer que a estrela vai brilhar,
Quero te fazer um jantar.
Quero fazer tudo bonito assim...
Quero viver cada último segundo que vive em mim e dizer: amor não tem fim.


Lucas A. L. Paula

15 de jul. de 2011

"O amor e o sonho são folhas de papel. Você escreve uma linda história, então algo acontece e a folha é borrada, rabiscada, amassada, rasgada....
Mas isso não me importa. Eu sei reciclar papel." - Lucas Paula

Sonhos numa folha de papel

Uma folha branca de papel...
Nela, escrito à lápis, colorido por tintas e giz de cera, estão meus sonhos.
Hora borrados, hora infundados...
Mas na maioria das vezes rebuscados, detalhados, retificados em desenhos abstratos.
Decidi pelo papel porque posso dobrá-lo, recortá-lo, rasgá-lo...
E o posso reciclar...
Fazer daqueles sonhos antigos um novo ideal...
Fazer das cinzas tinta nova para meu arsenal...
Meu arsenal de esperanças, de forças, de idéias principais
Reescrever estes sonhos que de tão utópicos tornam-se reais.

11 de jul. de 2011

A Cor da Rosa





Está rachado.
Pela abertura feita escorrem os sorrisos...
Olhou-se para a falha alheia, na vã tentativa de justificar suas próprias falhas.
Viu seu julgamento perecer em idéias falsas, em conclusões incorretas.
O que já estava organizado tornou-se caótico.
Os livros que estavam alinhados na prateleira foram roídos pelas traças... E nas páginas coloridas fez-se habitat de buracos e cores desbotadas.
As músicas ganharam notas de melancolia.
CDs riscados, DVDs pirateados...
Pirateados por cenas lacrimosas.
Um filme em degradés de preto e branco.
Nenhuma comédia dionisíaca...
Apenas a máscara triste dos palcos que são os altares dos poetas mortos.
O vazio é preenchido pelo nada...
E tornar-se mais vazio ainda.
Na busca pelas explicações encontra-se apenas a indizível questão imaterial.
São os mesmos reflexos inflexos deste ser fragmentado.
Fragmentado pela impulsividade 
Fragmentado pelo exagero
O mesmo exagero que leva à intensificação da alegria...
Assim como da tristeza... Só que a dor parece ser mais marcante.
Choro porque preciso chorar.
Em cada lágrima está a "inconclusão" dos fatos
Em cada lágrima está um fragmento desta alma perdida nas indecisões.
Das sementes que se plantaram, brotaram espinhos...
Mas é sábio que os espinhos protegem as flores mais belas.
É sempre assim, essa é a perfeição da natureza.
Se há espinho, então há a beleza da rosa.
Talvez a rosas sejam vermelhas porque foram tingidas com o sangue de quem escalou (e venceu) todos os espinhos para apreciar o perfume da flor.

Lucas A. L. Paula  -  num desses momentos em que escrever é o mesmo que chorar em silêncio

8 de jul. de 2011

A utopia da felicidade

Não significa que perdi a fé...
Às vezes é tudo apenas uma crise, uma falha no sistema de crenças.
Uma quimera, um devaneio, um sonho
Que foi coberto por brumas
A felicidade tornou-se utópica
Ou quem sabe, melhor dizendo, platônica
Não. Utópica mesmo.
De tão abstrata, dissipa-se no vento.
No leve sopro.
Na sutil expiração.
Torna-se uma utopia o acreditar.
Podem até dizer que a felicidade está dentro de nós mesmos...
Mas não adianta, sempre precisamos de algo exterior para despertá-la.
Por vezes, é melhor fechar os olhos.
Por vezes, mesmo diante as falhar da criação
Mantemos acesa a chama da nossa fé.
É ela que nos mantém aqui, agora.

5 de jul. de 2011

Palavras ao vento



Há três tipos de palavras, sejam elas escritas ou faladas:
- As da mente,
- As da alma,
- As do coração.


As primeiras são meticulosamente organizadas em suas gramáticas. Em suas perfeitas coesões elas nos levam a um entendimento rápido, porém vago.
As segundas são complexas, filosóficas. Não possuem a gramática correta, mas possuem a sinceridade. Expressam não só o que elá lá, dizem acima de tudo o que está cá.
As últimas não conhecem ortografia, sintaxe. Não se preocupam com as regras de acentuação, pontuação. A semântica é metafórica, a coesão é simplificada em sentimentos. Mas seriam os sentimentos coesos? 
Bem, são sinceros. Assim como as palavras do coração.
Não mentem como as primeiras, não filosofam como as segundas. Apenas são o que são. Apenas dizem o que querem dizer.
As palavras do coração muitas vezes são acompanhadas de lágrimas.
Destes cristais solúveis que aparecem quando a palavra é lançada do coração ao vento.
Ao vento que tanto pode dissolvê-las como entregá-las a quem se deseja fazer escutar.
Mas continuam sendo sinceras.
As palavras do coração são complexas de tão simples.
Porque quando o coração diz você não precisa - nem deve - pensar e filosofar sobre elas. Apenas sentir... Apenas viver cada uma delas.
Este é o segredo do coração.
Ele não se perde nas contradições do pensamento nem na lógica de Platão.
O sentimento é.
O coração é.
E por ser, deve ser como tal, vivido... Em suas máximas.
Quem fala apenas pela mente pode enganar.
Quem fala apenas pela alma pode ludibriar.
Mas quem fala com o coração pode viver, pode amar...

Lucas A. L. Paula

4 de jul. de 2011

...e assim, após cair, erguer-se novamente.

Forças...
De onde tirá-las quando o chão parece não mais existir?
De onde retirar a energia necessária para recolocar-se de pé nos momentos onde as cordas do balanço arrebentaram e o solo fez-se teu limite?
Olha e vê que não há mais nada para baixo....
Não vê porque está escuro.
Abismos são sempre assim, escuros.


C
a
i
n
d
o

Era uma tarde fria de inverno...
Sempre são tardes frias de inverno em sua alma.
A neve caia lentamente.
O menino correu alegre pelo jardim, brincando com os flocos brancos que tocavam sua face.
Caiu, riu, levantou.
E voltou a correr pelo jardim até o parque isolado.
Soprou a neve que cobria o balanço, sentou e impulsionou-o com pés.
Ria...
Ria alto.
Tão alto quanto o balanço à se movimentar.
Ria e mexia ritmadamente o pequeno corpo para impulsionar o brinquedo.
Não havia mais tardes frias...
Não havia neve...
Não havia dever de casa...
Não havia quarto para arrumar...
Havia apenas aquele sorriso singelo que brilhava tanto quanto a neve no chão.
E num estrondo o riso cessou.
As cordas, congeladas pelo tempo, romperam-se e a inércia desconhecida pela criança lançou-a ao chão.
A neve já não era tão branca.
As pernas haviam sido quebradas pelo o impacto.
Ele chorava, gritava, implorava por ajuda.
Mas o parque estava vazio.
A rua estava vazia. 
No vazio de sua dor, fechou os olhos e rezou:
"Papai do céu, se não puder devolver minhas pernas, por favor, devolva meu sorriso."



Lucas A. L. Paula

12 de jun. de 2011

Tem uma lágrima

"Tem uma lágrima no canto do meu olhar. 
Uma lágrima que reflete teu sorriso.
Uma lágrima que me faz cantar.
Tem uma lágrima escorrendo por entre os lábios.
Ela reflete teu beijo.
Ela me lembra teu abraço.
Tem uma lágrima.
Que não posso distinguir.
Porque sorrisos e choros são fáceis de se confundir."



Lucas A. L. Paula

11 de jun. de 2011

Tua, não minha

''Então eu diria que sua imperfeição é meu excesso. Que sua indecisão é meu pretexto para ficar.
Eu diria que tudo estaria ao avesso.
Gosto do avesso
Do indireto.
Dessa força imperfeita por sua extrema perfeição.
Gosto deste erro correto que me faz ser o reflexo único e imparcial da contrariedade lógica desta manifestação anímica e somática."


Lucas Antonio de Lima Paula

5 de jun. de 2011


‎"Você está morto em vida a partir do momento que por medo você deixa de correr os riscos da incerteza para segurar-se nas comodidades de sua ilusão." - Lucas Paula



Aos pulos



Meu coração está aos pulos.
Está no escuro de minhas mãos fechadas.
Aberto, pingando.


Meu coração está em apuros.
Está no desfiladeiro das imprevisões.
Suspenso, pingando.


Meu coração está aos sussurros.
Está no corredor longínquo das quimeras 
Sentado, pingando.


Meu coração está de olhos cerrados.
De boca costurada.
De mãos algemadas.
Coroado 
Facetado
Remoldado


Meu coração está aos pulos
Pulsante
Vibrante
Incandescente


Está pingando...
Estamos pingando.
Eu, você, nós.

Porque o que antes era gelo, agora vira água e segue o fluxo das certezas que esperam no escuro.


Lucas Antonio de Lima Paula









2 de jun. de 2011

Nêmesis

Acordou em suspensão.
Sonolência profunda,
O coração nas mãos.
A mente vagava por estágios não decifrados.
Um par de olhos azulados deixavam um ar misterioso nos pensamentos diários.
Levantou, tomou seu banho habitual.
Respirou; profundamente...
Por vezes as lágrimas confundiam-se com a água que caía quente em seu rosto.
Ouviu silenciosamente uma melodia triste, pausada, que o fazia percorrer lembranças profundas...
Num impulso, o qual já estava acostumado, entregou-se ao refrão em tons roucos que preenchiam  vazio de sua alma.
Uma alma já fragmentada.
O refrão durou minutos e a frase final ecoava... ecoava... ecoava...
"Estou tão cansado de ficar aqui, suprimido pelos meus próprios medos."
Olhou-se no espelho. Seus olhos esverdeados fizeram-o  lembrar daquele par azulado que ainda era seu mistério.
Um encontro de almas.
Um reencontro.
Um recomeço.
Tudo ao avesso, mas na esperança paciente e feliz de se acertar.
Voltou para os minutos atuais e contemplou a imagem refletida.
Já não possuía os quilos que juntara na infância na vã tentativa de se proteger.
Hoje havia um homem refletido naquele espelho úmido.
Seu corpo definia-se em traços marcantes e firmes.
Uma ave lendária abrasava o peito nu.
Estava feliz.
Finalmente encontrara seu caminho, seu bem estar.
Era um homem, mas seu coração ainda era de um menino fragilizado por seus impulsos.
Então não havia mais o azul misterioso nem o verde esperançoso. Havia uma fusão, uma cor nova, diferente, bela.
Transportou-se para uma dimensão paralela, para um rio, um caminho.
Quando?
Quê?
Onde?
Por que?
Questões tão simples e ao mesmo tempo complexas.

Setembro, 23, 2007
Chamas crepitam em meio à mata fechada. Orações antigas são proclamadas aos pontos cardeais.
Houve um chamado, um pedido, uma intenção.

Junho, 02, 2011
E frente ao espelho, fechou os olhos e fez uma prece:
"Senhor, se a criação vem em dores de parto, então que possamos ter paciência, força e persistência para suportarmos essas dores enquanto esperamos o bem maior nascer. E, se devemos caminhar em direção do nosso maior temor porque ali está nossa única esperança, então que possamos sempre ter fé para nunca nos faltar a esperança."



Lucas Antonio de Lima Paula

27 de mai. de 2011

Mesmices



'E como está Paraíso?' - perguntou-se ao longe
'O mesmo de sempre.' - respondi


As mesmas pessoas...
Os mesmos carros que nunca dão seta.
O mesmo trânsito louco nas saídas e entradas escolares.
O mesmo.
Os mesmos bares, com as mesmas músicas, com as mesmas bebidas...
As mesmas cadeiras, as mesmas mesas, a mesma fumaça de um cigarro saborizado comprado de antemão.
A mesma indagação.
O quem tem pra fazer aqui?
O mesmo de sempre, talvez.
A mesma conversa
O mesmo riso
O mesmo choro
Daquele mesmo casal de sempre.
Das mesmas idas e vindas.
Do mesmo amor
Do mesmo furor
Do mesmo rancor
Uma mesmice qualquer
Monótona
Chata
Cansativa.
Pensante...
Os mesmos pensamentos 
As mesmas vontades
A mesma fugacidade
De ir além
De ser alguém
De ficar bem
Uma mesmice qualquer
No coração, na mente, na alma.
Tudo continua o mesmo, ou melhor
Quase tudo
Uma coisa eu posso dizer que mudou:


Hoje, eu já não sou mais o mesmo.

Lucas A. L. Paula

23 de mai. de 2011

Aqui, sempre que precisar...

Sempre que precisar desabafar, terá alguém aqui para te ouvir.
Sempre que precisar chorar, terá alguém aqui para te confortar.
Sempre que precisar de segurança, terá alguém aqui para fortemente te abraçar.
Sempre que precisar rir, terá alguém aqui para celebrar junto a multiplicar os risos.
Sempre que precisar se calar, terá alguém aqui que irá te entender e esperar.
Sempre que precisar ir, terá alguém aqui que depois de um suave beijo lhe dirá: "Deus te guie e proteja."
Sempre que precisar de uma amigo, um amante, um irmão, terá alguém aqui que doará o coração.
Sempre que cair, terá alguém aqui para te reerguer.
Sempre que precisar fugir, terá alguém aqui que te ajudará a esconder.
Sempre que precisar de alguma coisa, por absurda que seja, terá alguém aqui de braços e coração abertos para te apoiar e te ajudar.
E saiba que esse 'alguém aqui' sou eu.
Aqui, sempre que precisar!

Lucas A. L. Paula

20 de mai. de 2011

PARA FICAR REGISTRADO: 'O AMOR CURA'

"Li no jornal sobre uma criança, em Brasília, que foi brutalmente espancada pelos pais. Como resultado, perdeu os movimentos do corpo e ficou sem fala.
Internada no Hospital de Base, ela foi cuidada por uma enfermeira que lhe dizia diariamente: “eu te amo”.
Embora os médicos garantissem que não conseguiria escutá-la, e que seus esforços eram inúteis, a enfermeira continuava a repetir: “eu te amo, não esqueça”.
Três semanas depois, a criança havia recuperado os movimentos. Quatro semanas depois, voltava a falar e sorrir.
A enfermeira nunca deu entrevistas, e o jornal não publicava seu nome – mas fica aqui o registro, para que não esqueçamos nunca: o amor cura."
Postado por Paulo Coelho, em sua coluna no site G1

19 de mai. de 2011

Prece do bem viver


"Que possamos acordar pela manhã e mesmo diante de nuvens de chuvas vislumbrar um belo dia...
Que possamos pensar no agora sem a aflição do depois...
Que possamos viver o hoje sem o medo do que virá amanhã...
Que possamos viver sem o medo de viver.
Que possamos viver e deixar viver.
Que possamos ir além de nossas limitações e assim crescermos em nossos ideais...
Que possamos ultrapassar barreiras e alcançar nossos propósitos originais...
Que possamos amar sem o medo de não sermos amados...
E que não tenhamos nunca o medo de abrir novamente o coração para o amor.
Que possamos sorrir e chorar sempre que for preciso, sem a preocupação de alheia opinião...
Que possamos abraçar fortemente antes mesmo de sermos abraçados...
Que possamos deixar de lado as preocupações das conseqüências que ainda não aconteceram e, de maneira natural, vivenciar todas as ações das quais precisamos viver.
Que possamos nos desapegar dos sentimentos de ciúmes e posse.
Que possamos aprender, aceitar, respeitar e praticar a liberdade do Amor.
Que possamos ter fé e força para nunca cairmos no desespero.
Que possamos ter consciência clara e responsável para não praticarmos o mal..
Que possamos ser a força de quem fraqueja.
Que possamos ser luzes nos caminhos escuros.
Que possamos ser a esperança daqueles que não têm fé.
Que possamos ser o sorriso de quem derrama lágrimas.
Que possamos ser a compreensão de quem é incompreendido.
Que possamos acima de tudo nos doar e, assim, nos livrar de todos os padrões egoístas.
Se a criação vem em dores de parto, que possamos ter paciência, força e persistência para suportar essas dores enquanto esperamos o bem maior nascer.
E se devemos caminhar na direção do nosso maior temor porque ali está nossa única esperança, então, que possamos ter sempre fé para nunca faltar-nos a esperança!

QUE ASSIM SEJA!

Lucas A. L. Paula

15 de mai. de 2011

Intocável

É como se por uma fração de segundos toda a vida estivesse justificada.
'Ô meu neto, não existe felicidade absoluta. Existem momentos felizes que devemos viver plenamente, sem medo, sem preocupação.'


Essas palavras me pareceram meio sem nexo pela primeira vez.
Mas hoje enxergo sua essência.
Não existe felicidade absoluta.
Não existem valores absolutos.
Pois o absoluto é concreto e o sentimento é abstrato, subjetivo.
E por ser intocável (assim como as estrelas) não pode-se adjetivar.
O abstrato é pessoal
Munido de opiniões cruzadas
De compreenções esquivadas
De interpretações diferenciadas.
Mas saber viver de corpo e alma esses 'momentos felizes' é que nos aproximam o mais próximo o possível desse conceito abstrato de 'felicidade'
Mas viver sem arriscar é não viver.
Porque é o risco que impulsiona!
O amanhã?
É intocável (assim como as estrelas).
Como já disseram em melodia: 'vamos viver tudo o que há para viver'


E as estrelas que não posso tocar?! 
Bobagem, ainda carrego comigo o poder de sonhar...





Lucas A. L. Paula

14 de mai. de 2011

Há de se esperar...






O amanhã?
Há de se esperar.
Há de se esperar também os segundos, minutos, horas que virão.
Há de se esperar pelo sorriso.
Ah, isso sim devemos sempre esperar, o sorriso.
Quão amarga seria a existência se não o tivéssemos...
Meu sorriso,
Teu sorriso,
Nossa risada em comum.
Há de se esperar por todos os momentos nos quais compartilharemos risos.
Há de se esperar, sem medo... 
Sem preocupação.
Há de se esperar pelo abraço.
Pelo enlaço,
Pelo embaraço.
Há de se esperar pelo beijo,
Pela emoção.


Mas há de se esperar pela triste expressão...
Aquela gerada pela saudade da despedida.
Há sempre de se esperar.
Por algo,
Alguém
Por si mesmo.
Mas sempre esperar...
Sem ficar imaginando demais o que virá.
Apenas fluir...
Viver o que há para viver
Deixar sutilmente o esperado acontecer
Sem pensar no amanhã
Sem pensar no depois
Sem medo de errar
Pois só erra-se se nunca tentar.

Lucas A. L. Paula

12 de mai. de 2011

A Criação Vem Em Dores De Parto

"Meia-noite, o telefone toca.
Assusta-se e atende a ligação. Ouve uma voz suave.
Nostalgia.
Lembra-se de setembro... Doce primavera.
'Sim, estou bem' responderam.
Mas reciprocamente sabiam que isso era apenas hábito de expressão.
...o que ainda não sabiam é que sim, ficariam bem.

Dias seguiram e pôde sentir que aos poucos tudo tornava-se melhor. 
Aquela voz...
Quem dera poder olhar novamente aqueles olhos de mistério que tanto tenta-se desvendar.
Quem dera tocar aquela face que preenchia pensamentos e sentimentos.
Lembra-se d'um sábio ditado, onde Deus escreve certo por linhas retorcidas.
Mas encontra-se ali sincera tentativa destas linhas concertar.

E com a voz ressoando na alma...
Com os olhos misteriosos em mente...
Com a sinceridade daquela doce tentativa... (que já sabia-se ser exata e certeira)
Resolveu abrir as portas para essa oportunidade oferecida pela Vida."

Lucas A. L. Paula






Amantes

"Dois corações
Quatro braços
Duas bocas
Um só abraço.


De sentimentos, explosão;
De todos os toques, excitação;
Do beijo quente, melhor sensação;
Do desejo inerente, imaginação."




Lucas Paula - 11/05/11

Coletânea #1

"Eu sou assim
Um ser que não tem fim
Um pensamento sem iniciação
Um condizer de precipitação.


Sou o impulso da explosão
A chama de toda estação
Sou um fruto que não se pode apanhar
Ave arisca
Que as asas não se pode cortar.


Sou o início do tempo primaveril
Luz no horizonte
Um tempo azul-anil.


Sou o brilho das estrelas
A poeira universal
O rio que corre ligeiro
O granizo do temporal.


Atiro-me de penhascos
Pelo imenso desejo de voar
Sou espírito livre
Que não se pode segurar.


Sou poeta errante
Que não sabe fingir
Pois escrevo palavras transparentes
Que traduzem o que estou a sentir.

Lucas A. L. Paula - 11/05/11

Da lógica emocional



Um coração racional
Ou uma mente emocional?!


Antíteses à parte, tal equilíbrio não seria te todo o mal.


Pois o que fazer quando a mente manda parar,
sendo que o coração pede incessantemente para continuar?!


E a tal intuição?! Seria fruto de experiências do inconsciente ou coronária expressão?!


Ah, perguntas tão confusas quanto filosofar.
Seria melhor até não pensar.
Que sabe fechar os olhos e o risco seguir?
Mas a lógica diz que deve-se suprimir.
Cala-te para refletir!


Mas qual será a resposta exata?
O sentimento que explode ou a razão insensata?


Acho melhor seguir o coração...
Pois a lógica é contraditória à verdadeira emocional expressão.

Lucas A. L. Paula - 11/05/11

9 de mai. de 2011

Discernimento sobre a caracterização emocional

Seria fácil poder discernir o certo do errado quando nos topamos com assuntos do coração.
Mas ao pensarmos em sentimentos não podemos simplesmente qualificá-los em certo ou errado, melhor ou pior. Assim como não podemos de forma alguma quantificá-los em maior ou menor, mais ou menos.
E sabe por quê?
Porque não sou igual a você assim como você não é igual a mim.
Porque eu não sou igual ele. Ele não é igual a você.
O meu modo de gostar é qualitativamente e quantitativamente diferente do seu modo de gostar, mas nem por isso torna-se melhor, pior, menos, ou maior.
Quando falamos de sentimentos devemos pensar em: 'ele realmente é verdadeiro?!'
Se for então não há brechas para comparações. Apenas espaço para conhecimento e aprendizado.
Você já deve ter ouvido alguma vez: "Eu não sou capaz de gostar de você da mesmo modo que você gosta de mim." (e quem diz isso, diz na maioria da vezes comparando em 'tamanho' o gosto um pelo outro).
Mas é lógico que nunca o seu modo de gostar será semelhante! Porque é o SEU modo de gostar! 
E como eu disse, o que realmente importa é que seja verdadeiro.
Medo? Sempre vamos ter...
Medo de si mesmo e medo dos outros.
Medo de magoar e ser magoado.
Medo de amar e não ser amado.
Medo de ser amado e não amar.
Difícil?!
Talvez.
Mas o medo ao mesmo tempo que nos protege de atitudes impulsivas, também nos impede de arriscar e ir além.
Seria ótimo se a prática fosse tão fácil quanto a teoria.
Mas quem disse para nós que tudo seria fácil quando viemos para este mundo?!
Pode até ser muito difícil, porém tenho a certeza de que impossível não é.


Arriscar?! Quantas vezes forem necessárias.
Errar? Faz parte do aprendizado.
Persistir no erro? Não, isso não é burrice. Apenas indica que, por motivos que estão além da racionalidade lógica, você ainda não conseguiu retirar a lição necessária.
Chorar? Quando sentir vontade e, se mandarem você parar, não pare. Choro alivia... 
Acertar? É uma possibilidade. Uma meta. Uma tentativa.
Desculpas? Sim, mesmo não estando errado, peça desculpas. Isso não indica que você simplesmente abaixou a cabeça para aceitar seu erro ou mesmo para impedir uma frustração. Pedir desculpas mesmo não estando errado mostra que você respeita (mesmo não aceitando) a outra opinião.
Respeito? Acima de tudo.
Aceitação? Com o tempo você pode perceber que é necessário.
Amar? SEMPRE!


Não preocupe-se com qualidades e quantidades, isso é mesquinho. Lembre-se que o sentimento bom não é aquele maior ou melhor que o seu, mas sim aquele que é verdadeiro!


Lucas A. L. Paula





Darkness





Ele abriu os olhos pela manhã e nada viu.
Estava tudo escuro.
Com medo levantou. Chocou-se com algo sólido que julgou ser uma parede.
Nas trevas tateou até descobrir que encontrava-se em um quarto escuro. 
Enquanto procurava enxergar o local com as mãos ele percebeu que haviam duas portas.
De ambas as fechaduras saiam um fraco e quase imperceptível fio de luz.
Na esperança contida em si, correu para olhar pelo buraco e ver o que estava lá fora.
Mas nada conseguiu ver... E novamente encontrou-se na escuridão daquele quarto.
'-Onde estou? - gritava apavorado. - 'O que está acontecendo?'


Tinha em mãos duas chaves, que até então não havia percebido... O medo havia-o cegado.
Talvez seria melhor fechar os olhos e unir-se com toda aquela escuridão.
Talvez... Seria mais fácil, mais cômodo.
Novamente ele olhou pelas fechaduras e, não sabe-se por qual razão, ele pôde enxergar sutilmente o que estava atrás delas.
Mas ele não se acalmou. Na realidade, ele desejou nunca ter olhado e mais uma vez pensou em cerrar os olhos e mergulhar naquele quarto escuro.
'O que fazer?' Nem ele mesmo sabia. Talvez preferisse não saber. 
Lançou as chaves nas trevas. 




O que ele ainda não sabia, era que aquele quarto escuro era sua alma...

Lucas A. L. Paula

6 de mai. de 2011

Águas da vida que correm para o oceano.

Porque são sempre nas frias manhãs de outono que me lembro daquele bosque onde passamos nosso último momento? Talvez seja porque desde então me encontro nevando por dentro...
Mas hoje me resta apenas a memória, sutis lembranças daquele dia que apesar de triste, foi quando pela primeira vez pude também sorrir.
Era domingo.  Havíamos passado a semana toda apenas ouvido nossas vozes pelo telefone.
Confesso que todas as vezes que você me ligava eu corria e pegava aquela foto nossa e, enquanto você me contava sobre seu dia, eu admirava seu rosto no papel.
Enfim, naquele domingo acordei vendo o sol brilhar entre as nuvens que prenunciavam a neve. Na realidade, só eu via o sol...
Fui para o bosque onde costumávamos nos encontrar.
Sentei naquele mesmo velho banco de madeira, à sombra (inexistente) daquele antigo carvalho que já se rompia em pequenas bolotas.
E fiquei...
Fiquei ao som de uma melodia que apenas eu poderia ouvir.
E você chegou. Com os braços abertos e uma rosa na mão. Sentou-se ao meu lado, abraçou-me, me deu um longo beijo e logo após me entregar a rosa disse:
“- Tome-a, agora é sua. Guarde-a porque nela depositei meu coração que hoje entrego para você.”
Acho que você tinha se esquecido que nunca gostei de ganhar flores. Ou talvez havia se lembrado e me entregou aquela rosa, pois sabia que já iria partir.
Eu te dissera uma vez sobre a historia das flores de presente... Elas sempre anunciam a partida.
E eu sorri. Não sei se por nervosismo, por felicidade, por amor... Mas eu sorri!
Então você levantou-se, pegou minha mão e caminhou ao lado enquanto me contava sobre a história daquele bosque.
Paramos na margem do córrego que certa vez molhamos nossos pés naquele verão.
Estava frio. E mesmo assim você pediu que eu também tirasse o sapato porque queria que novamente andássemos por aquele córrego.
Sabia que era sua última vontade. E a fiz.
E assim como as águas correm sempre para o oceano, sabemos que nossas vidas um dia voltaram também para o universo do qual viemos.
Eu só não queria que essas águas retornassem ao oceano no mesmo dia onde pela primeira vez eu dissera: ‘te amo’.

Lucas A. L Paula

I wish nothing, but the best for you too

"falta um pedaço de mim que não sei explicar
falta uma parte aqui que não posso contar

me falta teu olhar
teu carinho que nunca senti
me falta sonhar
com aquele momento que tanto que pedi

mas eu sei
que nada vai mudar
mas eu sei
que você já não pode escutar

minhas palavras se calaram
e nunca mais vou ouvir você dizer
que gosta de mim
que me tem tão longe de você
e o carinho que sempre quis
agora já não existe mais
a vida que sonhei pra mim
fiou perdida lá atrás

teu abraço apertado veio me dizer
que eu era feliz com você
mas hoje eu posso voltar no tempo
e perceber
que era só um momento que hoje preciso esquecer..."